RN: Não daremos nenhum dia de paz a Paulinho Freire em Natal
O terceiro turno será nas greves, lutas e mobilizações, em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da população pobre
O segundo turno das eleições municipais 2024 em Natal terminou com a eleição do candidato Paulinho Freire (União Brasil) para prefeito da capital potiguar, com 55,34% dos votos válidos contra 44,66% da candidata Natália Bonavides (PT). Em entrevistas, Paulinho Freire tem declarado que dará “continuidade ao trabalho” do atual prefeito bolsonarista Álvaro Dias (Republicanos). Ou seja, Natal seguirá com as periferias abandonadas, com a saúde e a educação públicas sendo privatizadas e o transporte da cidade controlado pela máfia de empresários do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Seturn). Uma cidade governada com e para os capitalistas.
No primeiro turno, o PSTU apresentou Nando Poeta e Tiago Silva como alternativa independente, revolucionária e socialista para enfrentar as candidaturas dos ricos e poderosos, bem como a conciliação de classes do PT. No segundo turno, para impedir o avanço eleitoral da extrema direita, representada por Paulinho Freire (União Brasil), e dialogar com uma parte importante dos ativistas e trabalhadores, indicamos o voto crítico em Natália Bonavides, mas sem nenhum apoio político ou confiança no PT. Justamente porque, apesar de suas diferenças, Freire e Bonavides são dois projetos políticos que representam setores capitalistas da cidade.
Frente a esse cenário, com a eleição do candidato do União Brasil, o PSTU declara desde já que Paulinho Freire não terá um dia de paz em Natal. O terceiro turno será nas greves, lutas e mobilizações, em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da população pobre. O PSTU seguirá nas ruas junto aos trabalhadores e à juventude, organizando a luta contra o bolsonarismo, as oligarquias e o projeto de conciliação de classes do PT de Lula, Fátima e Natália. Somos oposição de esquerda a todos esses campos, porque entendemos que é preciso ter lado na luta de classes, o lado da classe trabalhadora, com independência e um programa político que enfrente a exploração capitalista e os privilégios dos ricos e poderosos.
Tirar lições
É essencial tirar lições do que ocorreu nestas eleições, tanto no primeiro quanto no segundo turno, que viram partidos de direita vencerem em diversas cidades, sinalizando o avanço desse campo político. Muitos desses partidos estão integrados à base de apoio do governo Lula. Ironicamente, até o PL de Bolsonaro, partido que não compõe oficialmente a governabilidade federal, firmou alianças com o PT em 85 cidades, vencendo em mais de 40. É assim que o PT e seus aliados, como o PSOL, esperam derrotar a extrema direita?! Fazendo alianças com aqueles que dizem querer derrotar?! Esse tipo de política não ajuda a combater o bolsonarismo e muito menos traz conquistas para os trabalhadores.
Na verdade, a conciliação de classes aprofunda a crise, atrasa a consciência da classe trabalhadora e dá mais munição à extrema direita. A política de alianças do PT é uma prova disso. Em nome de uma frente ampla, se uniu a partidos burgueses e vem aplicando medidas que atacam direitos da classe trabalhadora, como o Arcabouço Fiscal de Lula ou o descaso de Fátima com saúde pública e os servidores. Arcabouço fiscal que Paulinho Freire também aprovou e que irá aplicar com toda força sobre o povo pobre e trabalhador de Natal, reduzindo os recursos públicos nos serviços essenciais da população.
Oposição de esquerda, socialista e revolucionária
O PSTU indicou o voto crítico em Natália para derrotar candidatos da direita, como Paulinho do União Brasil, partido que inclusive tem três ministérios no governo Lula. No entanto, deixamos explícito que esse voto não representava um apoio ao PT, mas sim uma tentativa de barrar o avanço eleitoral da direita e uma forma de dialogar com ativistas e trabalhadores que ainda têm ilusões neste partido. Sabíamos que, com uma vitória do PT, não estaríamos imunes a novos ataques, vide o que Fátima faz com o povo do Rio Grande do Norte em conluio com os Alves. E é por isso que nosso objetivo é a organização para as lutas constantes da classe trabalhadora, independente de ser um governo de direita ou de conciliação.
Não daremos nenhum sossego à continuidade do bolsonarismo de Paulinho Freire, que está rodeado de figuras grotescas da extrema direita, como Rogério Marinho e Styvenson Valentim. Vai ter luta, vai ter greve, vai ter enfrentamento em defesa dos nossos direitos. Mas também seguiremos construindo uma oposição de esquerda, socialista e revolucionária contra a conciliação de classes do PT, enfrentando os ataques de Lula e Fátima. O lado do PSTU é o lado da luta contra todos os campos capitalistas, contra todos que atacam os trabalhadores e o povo pobre.
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