Nacional

Um 2024 revigorado, de muitas lutas e vitórias

Vera, de São Paulo (SP)

31 de dezembro de 2023
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Minha gente, neste momento em que iniciamos um novo ano, é importante fazermos uma avaliação do ano em que se encerra e do que nos espera em 2024.

Sabemos que grande parte da classe trabalhadora e do povo está num período de merecidas férias, junto a suas famílias, recarregando as baterias para iniciar o novo ano com energia renovada. E é justamente disso que vamos precisar porque, olha, os desafios que teremos pela frente não são brincadeira não.

Na Palestina, segue o genocídio perpetrado pelo Estado terrorista de Israel, que já assassinou quase 22 mil pessoas, a grande maioria de mulheres e crianças. A desculpa é a de uma suposta guerra contra o Hamas, mas a verdade é que o Estado sionista nem esconde seu objetivo de acelerar a expulsão de toda a população palestina, num processo de limpeza étnica que ocorre desde 1948. 

As imagens dessa verdadeira barbárie nos causa uma tremenda indignação, e é muito importante a gente continuar, e aumentar, a denúncia contra esse massacre. Os protestos em todo o mundo se intensificam e, aqui no Brasil, precisamos ressoar esse grito contra esse genocídio e por uma Palestina livre, exigindo do governo Lula que rompa as relações políticas, econômicas, diplomáticas e militares com o Estado terrorista.

Aliás, aqui no Brasil passamos por um momento que até parece que as coisas deram uma certa melhorada, não é mesmo? A inflação deu uma diminuída e o povo está dando uma respirada. Mas será mesmo que as coisas melhoraram? É só a gente se lembrar do quanto gastávamos numa ida ao supermercado há bem pouco atrás. Com R$ 100, dava pra quase encher uma cestinha, lembra? Hoje, você pega o arroz, uma mistura e um danone e já acabou!

A verdade, minha gente, é que o país segue num longo processo de decadência, entrega e subordinação ao imperialismo, em que nossas vidas ficam cada vez mais difíceis. Vejam, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, mais de 10 milhões de pessoas passam fome no país, enquanto o Brasil exportou 11,16 milhões de toneladas só de carne bovina.

A desigualdade só aumenta. O número de imóveis de luxo, em 2023, está acima de 1,5 milhão, o maior da história, segundo estudo inédito da Brain Inteligência Estratégia.  Aumentou também o número de pessoas que moram nas ruas e o déficit habitacional está na casa de quase 8 milhões.

Mas, e os empregos? É verdade que os empregos estão bombando? Aumentou o número de trabalhadores formais, mas explodiu também o de trabalho informal. Aumentou ainda o trabalho infantil, segundo o IBGE, atualmente existem 1,9 milhão de crianças entre 5 e 17 , que são obrigadas a trabalhar para sobreviver.

Nosso país não está em guerra, mas está em primeiro lugar no mundo em homicídios. O Brasil não é seguro para as mulheres, para as LGBTI’s, a juventude negra e pobre e nem para os indígenas. Não é seguro para quem luta contra o roubo dos latifundiários e das construtoras. Em dezembro agora, mais uma liderança indígena foi assassinada na região sul da Bahia. E a tendência é aumentar essa violência depois que o Congresso Nacional, com o voto do ministro de Lula, aprovou o Marco Temporal.

Congresso Nacional que, aliás, com a conivência do governo Lula, passou uma verdadeira boiada contra os trabalhadores e o povo no apagar das luzes em 2023. Além do Marco Temporal, passaram uma reforma tributária que mantém os altos impostos sobre o consumo, enquanto os bilionários continuam sem pagar nada. Aprovaram um orçamento, enviado pelo governo, já com o teto de gastos e o tal “déficit fiscal zero” que vai significar um corte dramático nos investimentos públicos. É ainda menos saúde e educação para pagar juros aos banqueiros.

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Para a gente poder nos organizar contra esses ataques, meu povo, temos que ver de onde eles partem, não é mesmo? E, ao contrário do que diz a maioria da esquerda, não é só um problema da direita, ou de um Congresso Nacional dominado pelo centrão. Esse projeto é do próprio governo Lula, que governa com e para os ruralistas, os bilionários e os banqueiros. 

Vejam só, foi do governo Lula que partiu o teto de gastos e toda essa política econômica. Quando não é diretamente uma política sua, como o caso do Marco Temporal, o governo não enfrenta, pelo contrário, seu próprio ministro vota a favor, porque Lula está junto com os ruralistas, e seu governo como um todo defende esse projeto de fazer o país seguir na trilha da recolonização e da regressão a mero exportador de matérias-primas.

Nós derrotamos Bolsonaro nas eleições, e isso foi importante para conter essa extrema direita naquele momento. Mas só vamos jogar o bolsonarismo no lixo da história quando revertermos esse processo de degradação e retrocesso pelo qual passa o país, que é adubo para que esse povo viceje. Não tem jeito, para a gente poder enfrentar esse processo, vamos ter que derrotar o governo e a sua política. E para vamos precisar avançar em nossa organização independente e lutar. 

É minha gente, a cada dia que passa estamos vendo que o capitalismo mata. Esse calorão no final do ano mostra que a própria humanidade está em risco com esse sistema. O que precisamos seguir é debatendo como construir uma sociedade onde a grande propriedade privada deixe de ser maior que as necessidades coletivas. Que lutar contra as opressões e a exploração que nos impõe todo tipo de sofrimento, pode e deve ser mudada, não pelos ricos e bilionários. Não. Porque o capitalismo é a sociedade que é boa para eles. Precisamos de uma revolução socialista, que enterre de vez esse sistema falido e construa uma nova sociedade, dirigida pela classe trabalhadora e os setores hoje oprimidos.

A sociedade socialista é a sociedade que permite que a maioria controle a produção e a distribuição coletiva de tudo que for produzido, construído, feito. 

Vamos descansar. Vamos confraternizar porque temos batalhas a vencer e uma guerra a ganhar. Que venha 2024!

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