Nacional

RS: Número de mortos sobe a 56 e Guaíba atinge o maior nível de sua história

CSP-Conlutas realiza campanha solidária via PIX e transferência bancária. Contribua!

Redação

4 de maio de 2024
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Nível do Guaíba, em Porto Alegre, bate recorde e chega a 4,96 metros de altura, informa o boletim da Defesa Civil | Foto: Agência Brasil

De acordo com o boletim divulgado hoje (4/5) pela Defesa Civil, o número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 56. Além das mortes, há 67 pessoas desaparecidas e 74 feridas.

A Defesa Civil soma 32.962 pessoas fora de casa, sendo 8.296 pessoas em abrigos e 24.666 desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 281 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 377.497 mil pessoas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que 188 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão dos temporais. Do total, cinco trechos de rodovias federais e 28 trechos de rodovias estaduais sofrem bloqueio parcial. Os demais trechos enfrentam bloqueios totais.

Cidades estão sem luz. Na manhã de hoje, a Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do RS, divulgou que 296 mil clientes estão sem luz. A maioria desses clientes estão em áreas alagadas. Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), divulgou que há 54 mil clientes sem energia em sua área de atuação. Isso leva a um total de 350 mil clientes estão sem energia. Quanto ao abastecimento de água, um total de 860.952 domicílios estão sem água em todo o estado.

O nível do Guaíba chegou a 4,96 metros de altura

Na madrugada de hoje, o nível do Guaíba, em Porto Alegre, chegou a 4,96 metros de altura, informa o boletim da Defesa Civil, ultrapassando o recorde da maior cheia que havia sido registrada na capital gaúcha, em 1941, quando o lago subiu 4,76 metros.

Isso obrigou, que desde o dia de ontem (3/5), centenas de famílias deixassem suas casas. Resgates seguem sendo realizados nas regiões das ilhas e do quarto distrito.

Ontem à noite, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) somava 71 pontos de bloqueios em vias da capital gaúcha. Segundo autoridades, este número deve aumentar, já que o nível do lago deve continuar subindo nas próximas horas.

A situação crítica obrigou que as operações de pouso e decolagem estão suspensas por tempo indeterminado no Aeroporto Salgado Filho.

Campanha solidária

A CSP-Conlutas se soma à campanha em apoio aos atingidos e dá início a uma campanha de arrecadação financeira.

As contribuições devem ser feitas via PIX, através da chave: financeiro@cspconlutas.org.br.

Ou ainda via depósito/transferência para:

Banco do Brasil
Agência: 3520-3
Conta corrente: 26261-7
CNPJ: 07.887.926/0013-23

As doações serão destinadas pela direção estadual do Rio Grande do Sul da CSP-Conlutas à assistência de famílias atingidas.

Juntamente a isso, exigimos do governo de Eduardo Leite (PSDB), governos municipais e do governo federal a imediata assistência aos atingidos e o restabelecimento de serviços essenciais.

Os governos devem colocar em prática um plano de obras públicas que possa garantir a reconstrução das moradias e locais destruídos, atendendo, prioritariamente, as populações que vivem em áreas de risco.

A CSP-Conlutas também defende a suspensão do pagamento da dívida pública, para garantir dinheiro público para as reais necessidades da população.

É preciso enfrentar a crise climática, causada pela ganância e irracionalidade capitalista. Isso implica enfrentar de imediato os interesses do agronegócio, da especulação imobiliária, as privatizações e, acima de tudo, avançarmos na luta por uma sociedade socialista.

SAÍDA

Programa imediato para enfrentar a catástrofe 

Imediata assistência aos atingidos, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução das residências e locais destruídos;

É necessário enfrentar a especulação imobiliária, desapropriar residências em áreas seguras que, hoje, só servem para a especulação, para garantir moradias dignas à população pobre, além de reparar os prejuízos dos que já foram atingidos;

Zerar o déficit habitacional, expropriar os imóveis dos grandes capitalistas, usados para a especulação imobiliária;

Como parte da solução dos problemas de infraestrutura e reconstrução das casas, estradas e pontes, defendemos o não pagamento da ilegítima da dívida pública. Assim, seria possível financiar um plano estatal de prevenção às mudanças climáticas; como também um plano de obras públicas para reconstrução das casas atingidas e construção de novas residências, para quem vive em área de risco;

Reestatização da CEEE (eletricidade) e da Corsan (água e esgoto), sem indenização para os empresários e sob controle dos trabalhadores e usuários, para que atendam às necessidades da maioria da população.

CRISE DO CAPITAL

Socialismo ou colapso ambiental

Atualmente, todas as tragédias ditas naturais que ocorrem no mundo são cada vez mais graves. Tudo isto nos dá a dimensão e a urgência de enfrentarmos a catástrofe climática, que passa, obrigatoriamente, por mudanças profundas na forma de produção e relação com a natureza, inclusive atacando o agronegócio.

O PSTU se solidariza com todas as vítimas, se soma nas ações de solidariedade aos desabrigados que estão sendo chamadas e se compromete a seguir exigindo dos governos investimento de recursos nas medidas preventivas.

Ao mesmo tempo, fazemos um chamado à reflexão: está em nossas mãos (dos explorados, dos oprimidos e da juventude precarizada) mudar os rumos da história da humanidade. Sem romper o ciclo expansionista da acumulação de capital e usar a riqueza produzida pelos trabalhadores e trabalhadoras, para atender às necessidades coletivas da sociedade, ao invés de ser apropriada pela burguesia, a civilização caminhará para a completa catástrofe.

É preciso que rompamos com o capitalismo e construamos uma sociedade socialista. Até que isto aconteça não haverá racionalidade na relação com a natureza.

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